Um dia de HERÓI

Pode parecer ficção as linhas que se seguirão deste post, mas acredite, não é!

Antes de mas nada devo afirmar que não é nada para minha autopromoção estou aqui, apenas para explanar acontecimentos passados de minha vida e hoje por sinal veio à lembrança este momento ímpar.

E lembre-se não estou me achando ok? Apesar de eu sempre me achar! Hoje só vou comentar o "acontecido", mas aproveitando esse lance de se achar, fiz um teste na veja sobre narcisismo o Zezé de Camargo segundo a revista dos que realizaram este teste foi o campeão com 22 pontos eu fiz o teste e tirei 35, preocupante!

Vamos ao que interessa pra quem me conhece, quem se lembra do corpo másculo que este homem que vos escreve tinha? Já consigo sentir suas gargalhadas e outros afirmando que isso não existiu! Mentira. Está abaixo a prova real, reparem no físico!

 

Para de rir!

Por favor é serio. Eu tinha um poquinho de músculo vai.

Então pelo menos entra no clima, senão como conseguirei mostrar a realidade do texto?

Lembro-me bem que era um sábado chuvoso, onde esse clima já predominava toda a semana, estava junto com mais um recreador e que por sinal éramos inseparáveis (tio feijão) na piscina, trovoadas, relâmpagos, o tempo estava feio. Nós estávamos a todo vapor com as crianças, dançando brincando, a chuva não interessava. Era diversão pura.

Já se passava das cinco da tarde quando eu e o feijão estávamos prestes a sair da piscina, descer tomar banho (bom, agente não tomava banho naquela época) íamos dormir e depois jantar, quando avistamos de longe o Tio Dema (ele cuidava da fazendinha do hotel) vindo desesperado em nossa direção, apavorado e chorando disse:

- Socorro meninos o rio esta levando meus cavalos embora, eles vão morrer todos afogados! (Acredite leitor em toda minha vida eu nunca vi um homem que gostasse tanto de cavalo quanto ele)

De fato ficamos sabendo horas antes que o rio tinha subido uns 6 metros seu nível e tínhamos até cancelado atividades no local, devido o perigo e o Tio Dema nos informou que foi atravessar os cavalos, como sempre faz para o outro lado, onde havia um pasto, mas naquele dia o rio estava forte e tinha levado 17 de seus cavalos.

Como naquela época eu não tinha a cabeça que tenho hoje, de um cara sério, responsável, que não comete "loucuras". Sem pensar duas vezes olhei pro feijão e disse:

- Feijão minha próxima atividade é só às 21 horas;

- Milico a minha também;

- Já que não estamos fazendo nada, bora salvar uns cavalos?

- Demoro Brow

Arrumamos uma corda e o percurso de 2 km até o rio fizemos em 5 minutos. Lembro como se fosse hoje, chegamos lá o rio estava perigoso, avistei alguns cavalos e outros quase morrendo afogado e o que você acha que eu e o feijão fizemos? Ficamos na margem tentado laçar os cavalos? Por acaso tenho cara de cowboy? Eu voei amigo, dei um pulo naquele rio, sem coletes salva-vidas, sem nada, só com minha sunguinha azul e uma corda no pescoço, o rio me arrastou por metros, mas não desisti, foi uma batalha dura, quase nos afogamos inúmeras vezes e por 3 horas seguidas conseguimos retirar 16 cavalos, um de cada vez, amarrava a cabeça e puxávamos até a margem, a batalha foi dura. Aquela água gelada, o rio violento, muita chuva. Mesmo assim salvamos todos os cavalos, quase todos. Estávamos concluindo o Dema afirmou que faltava um. Agente estava cansado, porque foi muito doloroso esse trabalho, mas pra quem tinha salvado 16 o que era mais 01?

Aparentemente devido minha força física e a do feijão retirar 16 cavalos tinha sido tarefa fácil, mas este ultimo cavalo acabou com tudo.

O encontramos enroscado nuns galhos de árvore, ele era cinza, muito bonito e forte, mas as 3 horas que ele ficou lá havia esgotado suas forças, e o cavalo tinha arriado (ou seja, não tinha mais forças) por sorte o galho estava mantendo-o com vida. Quando chegamos perto ele ficou arisco e se desenrosco e começou a se afogar, sem pensar afundei e grudei na cabeça do cavalo e apoiando meu pé no fundo do rio, com força levava sua cabeça para a superfície, alternando esse movimento com o feijão, o rio nos levava por quilômetros a baixo e a correnteza forte não nos deixava levar o cavalo para a margem. Quando soltávamos a cabeça do cavalo por falta de força ele começa afogar, era morte na certa. Mas agente arrumou forças, depois de uma hora sem solução alguma, somente descendo o rio, Feijão consegue agarrar um galho e jogar para mim a corda, amigo leitor não me pergunte como mas conseguimos levantar o cavalo (acho eu de 250 kg) morro acima. Foi complicado, agente não queria deixar o cavalo morrer e ele não queria viver. Quase 10 horas da noite, mais de cinco horas dentro do rio, salvamos 17 cavalos, não deixamos morrer nenhum e te garanto a sensação é a mesma que se estivéssemos salvando pessoas.

Mas pra mim, a maior sensação do mundo foi ver um homem chorando de alegria e nos abraçando. Sempre tivemos uma amizade verdadeira com o tio Dema e sem duvidas fizemos isso por ele, pois sabemos o valor que estes cavalos tinham pra ele. Chorando ele dizia

- Não sei com agradecer, obrigado por tudo!

- Dema, não precisa agradecer fizemos isso por você.

Certamente a história veio à tona, todos os hóspedes ficaram sabendo o dono do hotel agradeceu imensamente, vivemos um dia de herói.

Pra outros, um dia de loucura, porque pular num rio daquele, num frio, sem proteção alguma, no mínimo os caras devem ser meio chupeta da cabeça. Que seja, mas tenho história pra contar pros meus filhos.

Bom mas isso faz tempo, hoje sou outro! (risos)

Pra finalizar o Dema sabia como agradecer sim. Se você tiver passando suas férias no Aguativa, desça até a cavalariça (fazendinha) e peça pra andar a cavalo, tem dois cavalos lá, por sinal os dois mais fraquinhos, mas bem rápidos. Coincidência ou não o nome deles?

MILICO e FEIJÃO.