Comida da Vó e da Mamãe

Já parou pra perceber que quanto mais o tempo passa, mais você envelhece, mais você dá valor nas coisas do passado? Engraçado quando vivemos algo não damos o valor necessário e quando esse tempo passa, fantasiamos de como era gostoso.

Na realidade eu acho que tudo isso faz parte, não é que damos o valor real, na realidade damos valor sim, mas pensa, agente só consegue valorizar e muito uma coisa, quando não temos mais, concorda? Se alguém sabe a receita pra dar valor a algo sem ao menos ter experimentado outra coisa, por favor me avisa.

Eu passei 24 anos da minha vida reclamando da comida da minha mãe, sério. Me dava raiva, quando tinha visita era aquele banquete, quando não tinha aquele perrengue. Nossa tinha dia que eu ia almoçar na casa da minha vó, só de birra. Pra tu veres como os dois parágrafos acima estavam certo. Estou a três meses aqui em Floripa e a única coisa que não me agradou e a qual eu não acostumo de jeito nenhum é o rango. Como estou com saudade de reclamar da comida da minha mãe, daquele ovo frito de segunda-feira, daquela arroz requentado, daquelas gororobas as quais ela, só ela acha que vai emagrecer, vai reduzir um monte de coisa do organismo, umas comida estranha era arroz com erva daninha do mato, feijão com cravo do pantanal, lógico estou exagerando, mas só pra tu entenderes que eu to com saudades da comida da minha mãe, mas é comida de dia de semana, não é comida de fim de semana, porque ai ela é a melhor do mundo, digo a segunda melhor cozinheira do mundo, pilota um fogão como ninguém, saudades da comida.

Minha mãe fica em segundo porque minha vó é a Pelé da cozinha, ela manda bem demais. É uma profissional não tenho dúvidas. Cozinha de tudo é artesanal sua arte, acorda cedinho, ainda escolhe o arroz e o feijão, realmente ama o que faz. Todas as comidas dela eu fico de cara, mas o tutu de feijão, meu amigo, não tem preço que pague. Meu vô, o veio Aldo, era fã número 01, dizia que não compensava ir comer em restaurante pra deixar de comer sua comida. Bom, ele era malandro também.

Minha vó teve que reaprender a cozinhar, devido a diabetes e a encheção de saco da minha tia Tânia, mas mesmo assim continua insuperável e sei bem que minha esposa não vai mandar bem na cozinha, são os tempos modernos, mulherada querendo trabalhar demais. Risos.

Graças a Deus que estou indo pra Cornélio esse final de semana, já tem até roteiro gastronômico pronto.

Arroz, feijão, ovo frito, bife, batata frita e salada. Escondidinho da Cachaçaria, Pào com mortadela da Del Pan, boletes da kituts, Qualquer comida da minha vó.

Bom semana que vem você já consegue imaginar o que esse blog vai pronunciar. Muita comida.